Governo pode dar ‘isenção’ para vacinas compradas por empresas e doadas ao SUS, diz Guedes
Ministro defende que o setor privado ajude a comprar imunizantes contra a Covid-19
O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira que empresas que doarem vacinas contra a Covid-19 para o Sistema Único de Saúde (SUS) poderão ganhar “isenção” do governo.
Pouco antes, Guedes afirmou que as medidas contra a pandemia defendidas por economistas e empresários já são adotadas pelo governo federal.
Uma lei sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro no início deste mês autoriza compra de vacinas por empresas privadas e estabelece que enquanto durar a vacinação dos grupos prioritários, as doses compradas pela iniciativa privada deverão ser integralmente doadas ao SUS.
— Os próximos 30, 60 dias, é a vacinação em massa. Buscar vacina onde tiver. Vacinar com o setor privado, vacinar com o setor público. Se o setor privado der vacinas para a gente imunizar as prioridades, os mais vulneráveis, os idosos, podemos dar isenção para as doações — disse o ministro, durante audiência pública no Senado.
Guedes não esclarece como a isenção pode ser feita, mas garantiu que não haveria benefício para vacinas não doadas ao SUS.
— Não pode dar uma isenção para alguém rico ir lá fora, comprar vacina e vacinar sua família. Agora, todas as doações que acontecerem, podem haver isenções. Se os bilionários brasileiros, fundos, todo mundo quiser ajudar, pode ter isenção para comprar vacina e doar para o povo brasileiro — disse.
Guedes recebeu nesta quinta-feira os empresários Luciano Hang (Havan) e Carlos Wizard (Sforza) para discutir a aquisição de vacinas contra a Covid-19 pelo setor privado. Os empresários encabeçam um grupo que deseja alterar a lei para permitir que o setor privado não seja obrigado a doar as vacinas ao SUS.
Depois do encontro, o Guedes anunciou que, após seu pedido, os empresários irão se reunir com o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, para discutir o assunto. Os empresários estão dispostos a “doar” 10 milhões de doses, mas não querem entregar essas vacinas para o SUS. Eles querem vacinar seus funcionários e alegam que o poder público é lento.
Fonte: Globo Economia